Eu o saúdo, nobre adversário!

Sou um fã inveterado de gibis. Acredito que tenha sido minha primeira paixão no mundo das Artes (se não sabe, os quadrinhos são a nona arte) quando tinha meus três ou quatro anos ou seja antes mesmo que eu aprendesse a ler e escrever. Por que estou dizendo isso?

Existe uma HQ chamada "A Morte do Capitão Marvel", uma Graphic Novel lançada pela extinta Abril Jovem. Nessa história realmente Marvel (Maravilhosa) nosso bravo Capitão está morrendo vítima de câncer. Já em sua fase terminal recebe visitas de inúmeros heróis. Eis que derrepentemente recebe a visita do general do exército do povo Skrull, inimigos mortais de seu próprio povo, os Kree. Todos ficam atônitos ao presenciarem a chegada do dito general. Outros até pensam em sair na porrada.

O Capitão Marvel, muito debilitado em seu leito, diz a todos para deixar o general falar. Quando fala, o general Skrull diz que estava lá para dar ao herói moribundo a medalha de honra do exército Skrull, a maior homenagem possível dada por esse exército. Ele justifica o ato, dizendo que o Capitão Marvel frustrou diversas vezes os planos de conquista de seu Império e era reconhecidamente seu maior adversário e terminou dizendo ao combalido Capitão: Eu o saúdo!

Tenho um sentimento parecido sobre o Corínthians. Como santista, sempre entendi que o adversário é importantíssimo. Sei muito bem que O dérbi em São Paulo é Corínthians x Palmeiras, mas o Corínthians é importante para Palmeiras, Santos e São Paulo. Para todos que se dizem anti-corintianos espalhados pelo Brasil. Esses inclusive muitas vezes nem torcem para clube algum. Na História do futebol o Corínthians tem páginas nobres, escritas com ouro. Não só pelo que fez dentro de campo mas acredito que principalmente por aquilo que fez fora de campo. A origem proletária que se impôs contra a elite paulistana, o fenômeno sociológico que começou a surgir, a Democracia Corintiana, o crescimento da torcida durante a fila... enfim. Como amante do futebol deixo de lado nesse instante a paixão clubística e olho para o todo.

Por tanto, ó nobre adversário eu o saúdo nesse primeiro centenário!